segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vou brincar de ser escritora e vou tratar de escrever a minha vida que já está ficando tarde de mais. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Amor em seis atos

Um minuto de silencio pela morte do nosso amor
Dois minutos de ausência pra enganar a dor
Três minutos de coragem pra seguir sem caminho

Quatro frases não ditas, e a sua saída pela porta dos fundos 
Cinco gritos, e uma distância de pensamentos
Seis passos não dados, e o meu amor atravessa o lado errado.

‎"Meu mundo que você não vê ,meu sonho que você não crê"

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sobra tanta falta

Falta tanta coisa na minha janela como uma praia
Falta tanta coisa na memória como o rosto dela
Falta tanto tempo no relógio quanto uma semana
Sobra tanta falta de paciência que me desespero
Sobram tantas meias verdades que guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço dentro do abraço
Falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..



O teatro magico. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Desabafo. Seria dois passos à frente e uma vida toda sozinha, seria a calma a pressa a estrada e um pedaço de mim. Andava de um lado para o outro e acabou seguido em frente. Era a estrada, sem casa, sem documento, só as canções mal tocadas em seu velho violão e uns pequenos poemas que escrevia para se encantar ao longo do dia. Era a paz a vida traçada o banco de alguma praça, eram dias vividos a sois, eram noites de fins e sempre teria um luar para lhe iluminar. Era doce e leve como uma brisa era a saudade de um lugar desconhecido, caminhava em busca de rumo, em direção, em que direção mesmo menina? Só ia andando. Deixou família, amigos, trabalho e um suposto amor. Seria eu e as estrelas, o vento o mar o meu modo louco de amar, seria a minha confusão a minha falta de tempo seria só eu. 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Laura? Laura? – gritava, o tom de voz era estranho, e o som saia cada vez mais longe. Laura? Não vai por ai!

Da sacada de sua varanda ela via a mundo, ela via as pessoas, via a vida passar. O tempo lá fora fechou por completo, perto do morro lá longe, já posso ver a chuva se formando, o fim do mundo ou do meu mundo. Antes era sol que se via do outro lado da janela, de tanto que se fez presente, e olha, lá vem à chuva derramar sua misericórdia sobre as almas negras que vagam pelo mundo em busca de perdão, ora meu filho tanto fez e agora quer meu perdão? Eu não brilho como o sol, e, no entanto vaga negra como as nuvens carregadas perto do morro. Caio aos teus pés, mas jamais admito minha culpa, saio ilesa levando o perdão dos tolos, ora quem mais seria se não Laura?

- Laura? O que você tanto faz nessa sacada? Dela não vinha nenhuma palavra.
- Laura, porque é que não me responde? Você me assusta com tanto silencio.
O riso interno que tinha era de nervoso, Laura gargalhava, achando graça da menina que ainda teimava em se preocupar com ela. Nada tinha vida ao redor, os vasinhos de flores que antes serviam para enfeitar o lugar, agora servem de cinzeiros, as flores mortas davam um ar decadente, garrafas de bebidas sem rótulos e barata jogadas pelos cantos, o cheiro de lugar abandonado, a imagem de mulher nobre que agora falecida em alma e que ainda se encontra vagando em busca de colo.

- Eu permaneço em vida, quando meu amado foi para longe. Disse, sua voz era tremula, e um tanto chorosa.
- Faz cinco meses Laura, não pode passar a vida nessa sacada, vem, vamos dar um jeito nisso, não pode se matar aos poucos, você ta viva ele é quem... Ela interrompe a menina com um grito.
- NÃO, ele permanece em mim, eu não vou deixar que ele suma a historia não acaba enquanto as nossas promessas não se cumprirem, ele não podia fazer isso, não tinha esse direito!
- Laura a historia acaba no momento em que um parte, eu sei o quanto é difícil, mas você precisa ser forte. Laura gargalhava e o nervoso interno vinha à tona, o choro que agora acido vinha para queimar sua pele fazendo ainda mais doloroso tudo aquilo.
- Laura, não vai por ai! – Você ouve? Perguntou Laura.
- Não escuto nada. Disse à menina que agora se encontra mais assustada que antes.
- Ele ta aqui, ele vive em mim, eu o sinto.
- Você ta enlouquecendo Laura, precisa de ajuda, ele ta morto!
- Ele não pode estar, tínhamos feito uma promessa, eu o amo, nós nos amamos!

Laura ficava surda pro barulho do mundo, e passou a se concentra no que vinha de dentro dela, “eu a amo” ela ouvia sua voz tão viva e clara, que sorria em meio ao choro. O tempo fechou ainda mais, o ar negro que pairava por sua cabeça era de alguma forma a resposta, a chuva que caia limpado a sua vida era ao mesmo tempo a ressurreição de sua alma. Laura não entendia muito bem, nem fazia esforço para isso, o sentir ali já bastava, mas em qual canto estava meu amor?
Caída de joelhos sem pedir perdão, Laura enxergava ao longe o rosto de seu amado, perto daquele morro em qual foram feitas suas promessas, é lá que ele está sabia sem nenhum aviso.
- Laura não vai por ai!
Ela só não sabia o que ele queria dizer com isso, mesmo assim ela foi sem medir gravidade à mulher nobre foi, pulando edifício, atravessando carros, não olhando nos olhos das pessoas a mulher foi. Laura foi pulando corações, atravessando dimensões, enfrentando raios, cortando ordens, Laura foi pros teus braços, entregando o que de mais puro vivia nela, lhe dando asas para voar juntos, durante uma eternidade. Laura voou em vida aterrizando no peito de teu amado, cumprindo uma promessa ingênua de amor! 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Falta pouco para dezembro, menos ainda para o tão esperado 2012.

O ano voou como um pássaro, não tão belo e encantador, mas foi de pressa antes que eu pudesse o fazer de preza, pelo contrario quem me prendeu as horas e tédios diários foi o próprio ano incompleto. Pulei no calendário e virei dias, semanas, meses, agora eu sou o próprio ano, indo embora de pressa, sem deixar rastros, sem deixar alegria, sem deixar tristeza, sem deixar nada. Virei um número sem encaixe, acho que sou algo como o 33, sei lá, a moça que mora ao lado marcou a data de seu casamento para o dia 33 só não me lembro direito o mês, a minha avó disse que dia 33 vem me fazer uma visita, tem meses que ela não vem até aqui me preparar um de seus bolos, dia 33 ta marcado, dia 33 de um mês desconhecido eu vou ser feliz!

Doze meses, na minha cabeça doze sempre foi demais, e há cinco anos doze se tornou tão pouco, mal respiro. Um ano, uma primavera a mais, celebre pequena. Eu nunca aprendi a mudar de ano em ano, mudo de quatro em quatro anos, sempre fui assim, doze meses passam e eu nem me dou conta, quando vejo lá se foram quatro anos, e um tanto de coisa vivida, penso, repenso e trepenso, puxa como vivi. Sou inconstante, ora amo, ora odeio, ora quero, ora não, mudo da água paro o vinho, da vodka para o suco de laranja, em questão de minutos ou não, só não mudo meu modo de amar, que por sinal é estranho e louco. Nem tenta me acompanhar. Ontem à noite eu me entendi e vi que é difícil de chegar a um entendimento quando se trata de minha mente, amanha quem sabe eu sento e converso, vai ver você me entende.

Fugi do assunto, um furacão se formou em mim, levando o papel no qual ia fazer minha listinha de final de ano. Minha lista pra esse ano se perdeu na bagunça do meu quarto, não segui o escrito, vivi de forma louca, cai no meio de meus passos bobos e um tanto alcoolizados, andei em ruas desertas sozinha, beijei a noite namorei a lua, vivi e amei ao por do sol, esse ano tanta coisa mudou, eu conheci você, eu deixei muitas pessoas saírem e entrarem, eu fui triste durante a maioria das noites, e feliz quando o sol vinha me dar bom dia, tanta coisa aconteceu que eu nem tive tempo pra pensar nessa tal lista que andei por ai fazendo, esse ano que vai entra decidi, não vai haver lista alguma, sete pulinho e coisas do tipo.

Sabe Ana, você tem sido a minha coragem, a minha leveza, o meu encanto, a minha alegria de menina, e nesse ano que vem vindo eu já tracei algumas metas, mas não vou por em papel, estão todas guardadas em meu coração, esse ano de 2012 só quero uma coisa, força. Força para enfrentar os dias de chuva, força para caminhar em direção a meus objetivos, força para estudar e aumentar meu conhecimento, força para me torna a pessoa que sempre quis ser, força para amar nesse mundo um tanto insano, força para passar os meus dias. E anota ai para não esquecer, força, fé e foco!

E um tanto de alegria no coração, deixa florir dentro de ti, e jamais pare de escrever, sorria mais vezes, tem um sorriso tão lindo meu amor, ame e viva em paz com você e com o resto do mundo, um beijo!

domingo, 6 de novembro de 2011

Escuta menina, e fica quieta. Sempre fui sempre calei a voz, a alma, a cabeça, a vida, fui uma eterna cala, calma, e por dentro sempre fui fúria, sempre fui ventania em volta à calmaria falsa que os olhos alheios vêem, sempre corri pro colo errado, sempre dei de cabeça na porta esquerda, e a direita tava teu peito, caído despedaçado. Sempre escutei a voz que chama e nunca descobri o caminho, sempre cai diante de ti, nunca me veio uma única ajuda. Sempre ouvi as vozes do lado, sempre calei para elas, sempre sentei ao quarto da frente, sempre chorei os medos, sempre sonhei aos becos. Sempre corri pro colo errado, sempre esperei por teus cuidados, me veio tudo menos o esperado. Sempre fugi pro teu canto, sempre quis ser teu recanto. Escuta menina e se aquieta na cama, que há muito tempo já dizem é o melhor lugar para se chorar.   

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"As coisas escorrem por tuas mãos e você só percebe quando olha para baixo e vê a vida lhe dando adeus."

Podia eu fazer tudo diferente?
Só hoje não me tortura, cria o riso, atura minha tristeza não sai do meu lado antes do ponteiro do relógio da catedral marca a chegada de um novo dia.
Depois que acordei, me sentei na cama e tornei a chorar, soluços, gemidos de dor, tomei três comprimidos para dormi e meia garrafa de vodka, a meu ver a única forma de acabar com aquela dor era morrendo, me despi de corpo e alma, era uma tarde de primavera fria, apesar do leve sol que vinha saldar o dia, me deitei no chão gelado da varanda acendi um cigarro que nem cheguei a fumar dei três tragadas e apenas o vi queimar, acabar, o vento frio e o chão gelado ia aos poucos arrepiando minha pele e eu senti os meus olhos pesarem, sussurrei algo como:
- que me leve aos ventos que queime meus rastros que me faça límpida, um ultimo gole de vida, eu vou virar qualquer coisa confusa que vaga sozinha em busca de rumo, eu vou para nunca mais voltar!
Senti meu corpo se esvaindo para qualquer outro plano, uma luz me sufoca e um riso tímido dança no ar, senti alegria, uma alegria ingênua que há tempos não sentia, fechei os olhos, espero que possa sonhar, dormi.

Os anjos vieram me saldar! 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tão perto, tão longe.

Para ler escutando never gonna be alone.


De mim resta choro, dele resta silencio!
Poderia me olhar às vezes, sentar na varanda de casa para tomar um chocolate quente comigo, poderia rir do meu jeito desajeitado de esbarrar pelos moveis da casa, pode vir dançar comigo na sala quando eu botar no ultimo volume do radio a minha musica preferida, pode decorar os meus medos e se quiser me protege deles, posso te falar dos meus sonhos e dos meus objetivos que mudam de mês em mês, pode se quiser ver de pertinho eu realizar todos eles.

Vem senta aqui pertinho e fique sabendo que eu amo as estrelas e que ainda faço um pedido para a primeira que vejo. Pode ficar em silencio, sei que prefere, mas cala o meu choro, me abraça, pela ultima vez me abraça!
Não traça os meus sonhos e sorri de leve quando eu chegar cansada em casa, pergunta como foi o meu dia, se eu quero ir até a ilha com você no sábado, diz que sente a minha falta, de quando eu era a sua menina.

Tão perto e fugiu daqui, mora ao quarto ao lado, tão longe de mim.
Eu amo verde, sou fã de Cazuza, escrevo escondido, sou viciada em picolé de milho verde, uma criança revoltada, olha moço fique sabendo um pouco mais de mim.
Quando foi a ultima vez que sorrimos juntos mesmo?
Quando foi a ultima vez que sentamos na mesa de jantar juntos?
Quando foi a ultima vez que conversamos?
Quando foi a ultima vez que...? Quando foi?
Olha seu moço vê se aparece lá em casa, bate no quarto ao lado te deixo entrar, senta na minha cama e vamos conversa que ainda ha tempo de mudar.

"Estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você.."

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Como seria o mar sem os peixes?

Uma vez que apaixonado o mar atravessou o céu atrás dela.
Certo dia que virou a lua do avesso e moveu montanhas de ilhéus para achar um adeus.

Como sempre pela manhã, antes de vir beijar a ciclovia e lamber os pés que ali pisavam.
Um mês de vulcão, noutro vem à imensidão, ora que quê há com o mar? O danado foi cismar de amar, e se afogou em seu próprio amor.

Como pode um mar nadar em desilusão e fingir ser navio e afundar virar monumento na profundeza do “mar” que é de seu próprio defeito de amar.

Ora mar bobo, te encanta por uma ostra, uma baleia, ou quem sabe por uma linda sereia, mas não te encanta com a menina que se banha sempre ao luar.

Veja bem senhor mar, não quer uma estrela do céu? Um grão de área colorida? Ou quem sabe um peixinho a beira mar? Te dou uma conchinha acariciada e tocada pelas mãos da menina que uma vez se banhou e fez apaixonar toda essa imensidão de (a)mar.

domingo, 16 de outubro de 2011

No meio da chuva de repente eu me encontrei.

Eu não sabia o quanto eu gostava da chuva, até hoje.
Ela cai tão de leve do céu, molha aos pouco meu rosto
E a brisa que bate me arrepia até a alma, o frio que me,
Causa não é à toa, sentir o frio me da uma sensação boa.
São 6 horas e pouca de um domingo chuvoso e olha meu Deus
Eu ainda sou capaz de sentir, mesmo sendo frio eu sinto algo,
Mesmo sendo a chuva que me lava a alma eu sinto.

O sinal está aberto você pode seguir na vida, mas eu queria mesmo
que ele estivesse fechado, queria continuar ali, parada na chuva sentindo arrepio, sentindo a pressa escorrer pelo meu corpo direto pra vala. Os meus pensamentos estavam tão embaralhados quanto às pessoas que correm da chuva em busca de lugar para se abrigar, e eu continuava na chuva a espera de algo.

Eu sorria enquanto esperava o ônibus de volta pra casa, eu sorria pra chuva e pros tolos que fogem dela, sentir o cansaço escorrer pelas minhas mãos, e saber que não vou mais sangrar, porque a chuva me curava, me curou, me adiantou a vida, a corrida, a subida.
Sentir o vento, respirar fundo empurrando pro estomago todo ódio que eu tinha na garganta, subir os degraus do ônibus desejando continua ali parada, servindo de companhia pra chuva, a esperança agora era a de ir pro ponto final daquele 794, e esperar o resto das dores evaporarem junto das gotas que ainda estavam sobre meu corpo, desci bem antes, mas não faz mal, ali naquele ônibus junto de pessoas estranhas, deixei minhas humildes dores e um resto de chuva, ali junto daquele motorista que agora é encarregado de levar para longe qualquer vestígio de minha dor. 
De palavras tão duras
Me fez só, em meio a tantos
Me fez pensar e desatar o choro
Me vi na chuva
E a luz apagou aos poucos
Perdi a visão.
Será que morri?
Só há sons, ruídos
Acho que fui
Um dia eu volto
Pra você nos teus sonhos
Eu sempre volto! 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

E dizia todo dia, não se mete na confusão menina, fica longe do Amador, protege teu coração, cuida de não deixar apagar teu calor. Orienta-te menina, corre na direção sul, que Amador gosta é do calor. Vai cuidar de se amar primeiro, que Amador gosta é da dor, da dor que ele causa quando a única a amar é você. Amador. Ama dor. Mete de uma vez na tua cabeça menina, e vai tratar de cuidar das cores, que é pra não apagar a tua vida. Ama dor é coisa de Amador. Coisa de homem sofredor. 
Li em muitos lugares, ouvi as pessoas que conversavam no trem dizendo, ouvi o senhor da padaria. "Amanhã é dia de se reinventar, dia de viver de novo, dia de fazer algo por você". Será tão fácil quanto ouço? Quanto leio? Pois bem, não me parece. A vida voa leve, passa mais rápido que fim de semana a gente de tão boba nem percebe. Um dia você ocupa o topo, amanha pode cair, a vida não poupa ninguém. Um dia se tem, no outro se perde quem deveria ser para sempre, a vida não mima ninguém. Minha dor não cabe nessas linhas mal traçadas, não cabe em texto algum e olhos de gente também não entenderiam. Um dia perto da morte, no outro sangro e percebo que ainda há vida. Porque meu coração parou de bater, se ainda respiro e ando feito bicho humano? Esqueço-me que no livro da vida as respostas não ocupam a ultima folha. Pois bem, ando em algumas ruas a procura da minha vida, a procura de algo. Sim, hoje eu tenho dor pulsando aqui dentro, amanha é dia de se reinventar, quem sabe faço algo por mim, hoje não, hoje só quero dormi mais cedo, abraça forte o travesseiro e chorar, chorar até secar qualquer coisa que supostamente eu tenha dentro de mim.

Todo mês tem seu fim, sempre se deixa a solidão do inverno para se iniciar a alegria da primavera, Toda dor cabe em um mês, pode se estender como o inverno mais também tem seu fim, alegria de primavera não.

Texto antigo, hoje to até mais tranquila...  

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O céu estava bem azul, sem nenhuma nuvem apesar de ser uma tarde de inverno, Ana não prestava atenção nas horas, nem via que aos poucos o dia ia virando noite, o vento soprava no seu rosto brincava de embola os seus cabelos, que levemente voava junto das folhas que ali foram deixadas pela época de outono. Ana se distraia com a ciranda das meninas, com o voar bem alto das pipas dos garotos e com os beijos dos apaixonados. Ela caminhava livremente, brincava de realizar sonhos, ela dançava desajeitadamente, flutuava como as folhas e encantava os meus olhos. Ana é menina de poucas palavras, de muitos sonhos e de uma curiosa arte. Ela rabiscava com um graveto o chão de terra, rabiscava os sonhos do mundo, a felicidade das crianças e os risos da gente. Ana é inteligente, doce, moleca, corre pelo mundo e só deixa pistas por onde quer, é compositora e escreve nas estrelinhas da sua vida. Ana é simples de nome simples. Ana é menina encantada que dorme em mim, Ana é menina acuada que vive ai. Ana é a menina perdida de toda menina que troca a pintura de quadros pela pintura de lábios. Descansa Ana, mas não dorme pra sempre, acorda Ana, minha menina, por favor, acorda. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu sou tempestade em copo d’água menina, será que você não vê?
Te aconselho que fujas enquanto não transbordo, porque se lhe toca meu choro, te prendo em meus braços e não deixo escapatória, será eu você, no meio dessa louca tempestade de sentimentos turbulento.


Na verdade só queria que ficasse por mais tempo, porque com você eu encaro, agora sem você meu amor, a coisa fica realmente feia..  
Silêncio – Todo dia o mesmo silêncio e uma voz rouca que grita por ajuda, aqui, bem aqui dentro de mim. A cabeça ta vazia, a alma pequena, ou seria ao contrário? Alma que anda por ai sem rumo, sem nada vazia, oca desgraçada, cabeça sem inteligência, sem expectativa, pequena, oca, desgraçada. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pássaro de gaiola não canta, grita por liberdade e ninguém percebe.


Eu fui pássaro em algumas noites, voei, sonhei, cantei na tua janela te fiz feliz, encantei teus olhos, você quis voar comigo, mas era pequena para vôos longos. Fui só, alto voei.

Eu fui pássaro sem casa em tempos atrás, parava em qualquer praça, pousava em uma arvore, cantava, iluminando o dia dos velhinhos que ali sempre jogavam seu baralho.

Eu fui pássaro pela manhã, apaixonando a menina solitária, que sempre antes de ir para seu trabalho fingia que me namorava, me dava um agrado e logo sem pressa eu voava.

Eu fui pássaro a meia noite, voando perdido em busca de lar, voando baixinho em busca de ar, querendo o mais alto e gritando por paz.

Eu fui pássaro livre de montanha, sem ouvir o toque de recolher as 03:00 de uma madrugada estrelada, fui presa fácil, presa boba, de tão boba fui e não voltei.

Hoje sou pássaro na prisão, jogado nos cantos sem nenhuma aptidão, sou pássaro sem canto, sem arvores para pousar, velhinhos para encantar, menina para namorar, pássaro mudo, só possuo um grito, um berro de liberdade, aos ouvidos dos tolos um lindo cantar, ao pranto da menina pela manhã, uma pena não me poder ver mais voar.

Eu fui pássaro ontem à tarde, fui pássaro hoje pela manhã, fui pássaro gritando por liberdade, agora sou pássaro de...

Pudera eu desatar as gaiolas, liberta os pássaros lhe entregar o ar me apaixonar ao vê-los cantar. Pudera eu prender os humanos que tão pouco sabem que de forma injusta agem, que em tanto tempo não aprenderam que lugar de pássaro é no ar, no alto, voando longe da poluição humana.

Ah se eu pudesse ser pássaro...
Voava para sempre, e voltava não! 

Chuva

De pingos gelados, que alerta meu corpo e arrepia minha alma.
De escorre pelo canto, limpando calçadas imundas e aliviando corações inflamados.
Que cai lentamente entrando pela janela do meu quarto que por descuido ficou aberta.
Que cai de pressa trazendo o vento para destruir o corpo e matéria dos desumanos.
De encher rios inundar vilas e fazer transbordar corações apaixonados.
De deixar poças de lama, que em breve virará piscina para crianças.
Que leve passa, embora sua marca sempre á de deixar, para um lamento ou celebrar.
Que cai serena na noite mais fria, congelando almas de quem tem o céu como teto.
De fazer no peito de um homem aconchegar a cabeça de uma menina, que ali protegida sonha, enquanto na TV o filme passa.
De no céu deixar o cinza, escondendo as estrelas, me proibindo de namorar a lua.
Que forte cai, batendo no meu rosto se fundindo com minhas lagrimas, que agora já nem sei o que é chuva o que é meu pranto.


Chuva lava minha alma. Vento seca meu pranto. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tarde de uma quarta feira cinzenta, de pensamentos escuros, vida tardia. A menos. Dizia a cançãoLet it be” e eu ouvia como um mantra. Deixa estar menina, deixa estar. Habitei alguns lugares desconhecido algumas vezes, me perdi, me achei, tornei a perde, to a espera. Caminhei hoje por ruas estranhas, senhores sorriam para mim, sorriam dizendo bom dia, e eu não queria entender o que há de bom. De baixo de uma arvore seca, sem fruto, me sentei, deixei meu corpo ali enquanto meu pensamento ia voar por outros cantos. Lembrei de uma menina que conheci há uns dez anos atrás, lembrei de seu sorriso sincero, de sua simplicidade, da forma alegre que levava sua vida mesmo em meio a tempestades, lembrei de sua voz doce da falta de vergonha que tinha, de como ela deixava exposta sua opinião, do seu olhar encantador, da forte marca que deixava por onde passava, lembrei que ela sempre me dizia, olhava no espelho e repetia, “que haja alegria, que seja leve, que haja sorrisos, que tenhas amor, que saiba fazer sua sorte, que lhe ame antes de tudo, eu sempre vou estar com você menina boba”, ela sorria muito enquanto me dizia essas coisas, sorria e sempre corria pro quintal dos fundos, gostava de dançar em meio ao vento junto das folhas. Por onde anda essa menina meu deus? Por que fui me perde dela? Por que fui me perde de mim? Deixa estar menina. Lembrei de um tempo em que sorriso era coisa fácil. Decidi, vou à busca da menina, lhe pedir que me repita suas palavras, te deixo dançar com as folhas, livre no vento, no meio do parque, sento no banco e vejo, sem mais. Vou a sua procura. A minha procura. A procura de nós. Sentia, eu sabia, haverá vida, haverá magia, haverá alegria, haverá algo novo, basta nós encontramos menina. Parte de dentro, de um lado claro, sem porta de entrada, só uma brecha, só uma saída. Vem me buscar, me salvar desse lado escuro, aqui tenho monstros como vizinhos, monstros que crie em dias de chuvas. Deixa estar menina, deixa estar. Afunda no mar aberto, e vejo coisas sobrevoarem. Tinha pressa, e uma vida menina. Supostamente. Vem vindo pelo caminho de Leste que daqui do Oeste vou indo ao teu encontro, nos cruzaremos ao meio da vida, na hora certa, no momento exato. Tenho pressa de vida, de alegria, mas terei calma ao esperar por você. Sem listinha de fim de ano, só a certeza de que algo vai mudar. Agosto mês tempestivos para muitos. Há de mudar com a chegada da menina. Sem promessa mal cumprida. Ouvia pássaros na janela do quarto, cantavam, sussurravam a sua chegada. “Let it be”. Como dizia mesmo? Eu sempre vou estar com você. Deixa estar acalma o sopro do coração, escuta a canção e deixa passar. 

domingo, 2 de outubro de 2011


Tu és minha passarinha, livres a voar por ai
Tu tens meu acalanto, e te dou meu amor.
Livre para amar, voa querida,
Voa e te encanta com as profundezas do mar,
Te afoga no céu, namora ao luar.
Tu és minha passarinha, te abrigo em uma gaiola
Te mimo, te cuido, mas a porta fica aberta para que tu possas voar bem alto.
Se for o caso de ir, que vá querida, que vá e seja feliz,
Voe sobre a maré, namore quanto puder te encanta,
E canta ao ouvido de tua amada.
Deixo-te livre minha passarinha, livre porque não te obtenho,
Te deixo voar em outros céus.
Um dia passarinha se de tua gaiola sentir falta, volte,
Voe de pressa e volte teus mimos eu guardo aqui, voe,
E se voltar para mim saberá que passarinha de minha casa sempre foi. 

Você me bebia em três doses como se eu fosse o seu antídoto. Eu era a tua salvação me tomava em beijos, me tocava me tinha me desejava. Eu tirava a tua dor supria o teu vazio, eu era o teu remédio secreto, me tomava de uma vez só sem nem ligar para minha acides para todo aquele amargo que ficava no final de cada gole de mim. Eu era o teu comprimido diluindo toda a tua dor de existir. Bebe mais de mim, me derrama sobre teu corpo e me lambe, se afoga em desejo por mim. Você me bebia vivia de mim sem saber que o doce do inicio era o veneno que te mataria no final. Pode me beber, mas só se for a doses grandes.  
De dia Ana menina
De noite Valquíria mulher
De dia brinca e pinta
De noite andas por onde quer
De dia sonha e encanta
De noite bebe e apronta
De dia menina bonita
De noite mulher fascinante
De dia corre descalça
De noite anda em bares
De dia leva bronca
De noite leva pra cama
De dia dorme e sonha
De noite desperta e some
De dia brincadeira inocente
De noite brincadeira indecente
De dia menina, de noite mulher.
Ana minha menina
Valquíria minha mulher.

E eu, quem sou?