terça-feira, 22 de novembro de 2011

Laura? Laura? – gritava, o tom de voz era estranho, e o som saia cada vez mais longe. Laura? Não vai por ai!

Da sacada de sua varanda ela via a mundo, ela via as pessoas, via a vida passar. O tempo lá fora fechou por completo, perto do morro lá longe, já posso ver a chuva se formando, o fim do mundo ou do meu mundo. Antes era sol que se via do outro lado da janela, de tanto que se fez presente, e olha, lá vem à chuva derramar sua misericórdia sobre as almas negras que vagam pelo mundo em busca de perdão, ora meu filho tanto fez e agora quer meu perdão? Eu não brilho como o sol, e, no entanto vaga negra como as nuvens carregadas perto do morro. Caio aos teus pés, mas jamais admito minha culpa, saio ilesa levando o perdão dos tolos, ora quem mais seria se não Laura?

- Laura? O que você tanto faz nessa sacada? Dela não vinha nenhuma palavra.
- Laura, porque é que não me responde? Você me assusta com tanto silencio.
O riso interno que tinha era de nervoso, Laura gargalhava, achando graça da menina que ainda teimava em se preocupar com ela. Nada tinha vida ao redor, os vasinhos de flores que antes serviam para enfeitar o lugar, agora servem de cinzeiros, as flores mortas davam um ar decadente, garrafas de bebidas sem rótulos e barata jogadas pelos cantos, o cheiro de lugar abandonado, a imagem de mulher nobre que agora falecida em alma e que ainda se encontra vagando em busca de colo.

- Eu permaneço em vida, quando meu amado foi para longe. Disse, sua voz era tremula, e um tanto chorosa.
- Faz cinco meses Laura, não pode passar a vida nessa sacada, vem, vamos dar um jeito nisso, não pode se matar aos poucos, você ta viva ele é quem... Ela interrompe a menina com um grito.
- NÃO, ele permanece em mim, eu não vou deixar que ele suma a historia não acaba enquanto as nossas promessas não se cumprirem, ele não podia fazer isso, não tinha esse direito!
- Laura a historia acaba no momento em que um parte, eu sei o quanto é difícil, mas você precisa ser forte. Laura gargalhava e o nervoso interno vinha à tona, o choro que agora acido vinha para queimar sua pele fazendo ainda mais doloroso tudo aquilo.
- Laura, não vai por ai! – Você ouve? Perguntou Laura.
- Não escuto nada. Disse à menina que agora se encontra mais assustada que antes.
- Ele ta aqui, ele vive em mim, eu o sinto.
- Você ta enlouquecendo Laura, precisa de ajuda, ele ta morto!
- Ele não pode estar, tínhamos feito uma promessa, eu o amo, nós nos amamos!

Laura ficava surda pro barulho do mundo, e passou a se concentra no que vinha de dentro dela, “eu a amo” ela ouvia sua voz tão viva e clara, que sorria em meio ao choro. O tempo fechou ainda mais, o ar negro que pairava por sua cabeça era de alguma forma a resposta, a chuva que caia limpado a sua vida era ao mesmo tempo a ressurreição de sua alma. Laura não entendia muito bem, nem fazia esforço para isso, o sentir ali já bastava, mas em qual canto estava meu amor?
Caída de joelhos sem pedir perdão, Laura enxergava ao longe o rosto de seu amado, perto daquele morro em qual foram feitas suas promessas, é lá que ele está sabia sem nenhum aviso.
- Laura não vai por ai!
Ela só não sabia o que ele queria dizer com isso, mesmo assim ela foi sem medir gravidade à mulher nobre foi, pulando edifício, atravessando carros, não olhando nos olhos das pessoas a mulher foi. Laura foi pulando corações, atravessando dimensões, enfrentando raios, cortando ordens, Laura foi pros teus braços, entregando o que de mais puro vivia nela, lhe dando asas para voar juntos, durante uma eternidade. Laura voou em vida aterrizando no peito de teu amado, cumprindo uma promessa ingênua de amor! 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Falta pouco para dezembro, menos ainda para o tão esperado 2012.

O ano voou como um pássaro, não tão belo e encantador, mas foi de pressa antes que eu pudesse o fazer de preza, pelo contrario quem me prendeu as horas e tédios diários foi o próprio ano incompleto. Pulei no calendário e virei dias, semanas, meses, agora eu sou o próprio ano, indo embora de pressa, sem deixar rastros, sem deixar alegria, sem deixar tristeza, sem deixar nada. Virei um número sem encaixe, acho que sou algo como o 33, sei lá, a moça que mora ao lado marcou a data de seu casamento para o dia 33 só não me lembro direito o mês, a minha avó disse que dia 33 vem me fazer uma visita, tem meses que ela não vem até aqui me preparar um de seus bolos, dia 33 ta marcado, dia 33 de um mês desconhecido eu vou ser feliz!

Doze meses, na minha cabeça doze sempre foi demais, e há cinco anos doze se tornou tão pouco, mal respiro. Um ano, uma primavera a mais, celebre pequena. Eu nunca aprendi a mudar de ano em ano, mudo de quatro em quatro anos, sempre fui assim, doze meses passam e eu nem me dou conta, quando vejo lá se foram quatro anos, e um tanto de coisa vivida, penso, repenso e trepenso, puxa como vivi. Sou inconstante, ora amo, ora odeio, ora quero, ora não, mudo da água paro o vinho, da vodka para o suco de laranja, em questão de minutos ou não, só não mudo meu modo de amar, que por sinal é estranho e louco. Nem tenta me acompanhar. Ontem à noite eu me entendi e vi que é difícil de chegar a um entendimento quando se trata de minha mente, amanha quem sabe eu sento e converso, vai ver você me entende.

Fugi do assunto, um furacão se formou em mim, levando o papel no qual ia fazer minha listinha de final de ano. Minha lista pra esse ano se perdeu na bagunça do meu quarto, não segui o escrito, vivi de forma louca, cai no meio de meus passos bobos e um tanto alcoolizados, andei em ruas desertas sozinha, beijei a noite namorei a lua, vivi e amei ao por do sol, esse ano tanta coisa mudou, eu conheci você, eu deixei muitas pessoas saírem e entrarem, eu fui triste durante a maioria das noites, e feliz quando o sol vinha me dar bom dia, tanta coisa aconteceu que eu nem tive tempo pra pensar nessa tal lista que andei por ai fazendo, esse ano que vai entra decidi, não vai haver lista alguma, sete pulinho e coisas do tipo.

Sabe Ana, você tem sido a minha coragem, a minha leveza, o meu encanto, a minha alegria de menina, e nesse ano que vem vindo eu já tracei algumas metas, mas não vou por em papel, estão todas guardadas em meu coração, esse ano de 2012 só quero uma coisa, força. Força para enfrentar os dias de chuva, força para caminhar em direção a meus objetivos, força para estudar e aumentar meu conhecimento, força para me torna a pessoa que sempre quis ser, força para amar nesse mundo um tanto insano, força para passar os meus dias. E anota ai para não esquecer, força, fé e foco!

E um tanto de alegria no coração, deixa florir dentro de ti, e jamais pare de escrever, sorria mais vezes, tem um sorriso tão lindo meu amor, ame e viva em paz com você e com o resto do mundo, um beijo!

domingo, 6 de novembro de 2011

Escuta menina, e fica quieta. Sempre fui sempre calei a voz, a alma, a cabeça, a vida, fui uma eterna cala, calma, e por dentro sempre fui fúria, sempre fui ventania em volta à calmaria falsa que os olhos alheios vêem, sempre corri pro colo errado, sempre dei de cabeça na porta esquerda, e a direita tava teu peito, caído despedaçado. Sempre escutei a voz que chama e nunca descobri o caminho, sempre cai diante de ti, nunca me veio uma única ajuda. Sempre ouvi as vozes do lado, sempre calei para elas, sempre sentei ao quarto da frente, sempre chorei os medos, sempre sonhei aos becos. Sempre corri pro colo errado, sempre esperei por teus cuidados, me veio tudo menos o esperado. Sempre fugi pro teu canto, sempre quis ser teu recanto. Escuta menina e se aquieta na cama, que há muito tempo já dizem é o melhor lugar para se chorar.   

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"As coisas escorrem por tuas mãos e você só percebe quando olha para baixo e vê a vida lhe dando adeus."

Podia eu fazer tudo diferente?
Só hoje não me tortura, cria o riso, atura minha tristeza não sai do meu lado antes do ponteiro do relógio da catedral marca a chegada de um novo dia.
Depois que acordei, me sentei na cama e tornei a chorar, soluços, gemidos de dor, tomei três comprimidos para dormi e meia garrafa de vodka, a meu ver a única forma de acabar com aquela dor era morrendo, me despi de corpo e alma, era uma tarde de primavera fria, apesar do leve sol que vinha saldar o dia, me deitei no chão gelado da varanda acendi um cigarro que nem cheguei a fumar dei três tragadas e apenas o vi queimar, acabar, o vento frio e o chão gelado ia aos poucos arrepiando minha pele e eu senti os meus olhos pesarem, sussurrei algo como:
- que me leve aos ventos que queime meus rastros que me faça límpida, um ultimo gole de vida, eu vou virar qualquer coisa confusa que vaga sozinha em busca de rumo, eu vou para nunca mais voltar!
Senti meu corpo se esvaindo para qualquer outro plano, uma luz me sufoca e um riso tímido dança no ar, senti alegria, uma alegria ingênua que há tempos não sentia, fechei os olhos, espero que possa sonhar, dormi.

Os anjos vieram me saldar! 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tão perto, tão longe.

Para ler escutando never gonna be alone.


De mim resta choro, dele resta silencio!
Poderia me olhar às vezes, sentar na varanda de casa para tomar um chocolate quente comigo, poderia rir do meu jeito desajeitado de esbarrar pelos moveis da casa, pode vir dançar comigo na sala quando eu botar no ultimo volume do radio a minha musica preferida, pode decorar os meus medos e se quiser me protege deles, posso te falar dos meus sonhos e dos meus objetivos que mudam de mês em mês, pode se quiser ver de pertinho eu realizar todos eles.

Vem senta aqui pertinho e fique sabendo que eu amo as estrelas e que ainda faço um pedido para a primeira que vejo. Pode ficar em silencio, sei que prefere, mas cala o meu choro, me abraça, pela ultima vez me abraça!
Não traça os meus sonhos e sorri de leve quando eu chegar cansada em casa, pergunta como foi o meu dia, se eu quero ir até a ilha com você no sábado, diz que sente a minha falta, de quando eu era a sua menina.

Tão perto e fugiu daqui, mora ao quarto ao lado, tão longe de mim.
Eu amo verde, sou fã de Cazuza, escrevo escondido, sou viciada em picolé de milho verde, uma criança revoltada, olha moço fique sabendo um pouco mais de mim.
Quando foi a ultima vez que sorrimos juntos mesmo?
Quando foi a ultima vez que sentamos na mesa de jantar juntos?
Quando foi a ultima vez que conversamos?
Quando foi a ultima vez que...? Quando foi?
Olha seu moço vê se aparece lá em casa, bate no quarto ao lado te deixo entrar, senta na minha cama e vamos conversa que ainda ha tempo de mudar.

"Estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você.."