Mostrando postagens com marcador Contos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Contos. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de abril de 2012

Os corredores apagados, luzes queimadas, fumaça ao fundo. Vago. Pago. Não tem teu olhar!
Cento e sei lá quantos, sabe lá quantas garrafas de vodka. E que se foda. E se fode toda!
E fuma, três, cinco. E tudo se atira na merda, na lama, na vaga e pequena cama que antes era de se amar.
Tem chuva na mesa de jantar, tinha teto, tem teto ao chão, tem imensidão, e tem o meu breve chorar.
Palavras pequenas, "tens razão, me desculpa?" Então fode a minha alma, enquanto no sereno te enfia no corpo de uma vadia qualquer. E se mata, e se lambe, cospe teu veneno no seio farto dessa mulher, porque o que eu carrego é pouco pro teu ego.
E se lamenta, e não pede clemencia aos meus beijos, e sai, sai por qualquer canto...
Dessa vez o barco afunda no meio dessa enchente de boeiro, e os amores de merda caem, invadem a minha casa. E você ainda bebe e chora como uma vitima, teu olhar me engana, tua fala mansa me desmancha. Mas a minha arma está armada desde as cinco horas amor. Entra com a sola do sapato suja, esse resto de sexo que isala no teu corpo, as migalhas, o perfume adocicado da mulher de seios fartos.
Sem desculpas, sem gole, sem merda nenhuma na minha cama. Só um singelo adeus!
Adeus! Adeus! Adeus!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

205

Se enganou com as horas, ou foi com a beleza do meu olhar?
De três em quatro eu me desfaço, caio no ato em frente as horas.
Tua alma é feita de carne, ou de alguma bebida cara?

Você acha mesmo que essa conversa torta vai nos levar a algum lugar?
Bom, se eu chegar até a sua cama já é o suficiente.
Pretendia conquistar o seu olhar e quem sabe o seu coração.

Se enganou com o meu olhar ou andas lendo romance de quinta?
Ando lendo romance e me deparando com putas de quinta.
O teu silencio nunca me devorou, no entanto sempre que abres a boca me mata.

Queria poder abrir teu coração.
Não acha loucura querer amar uma "puta"?
Acho, mas faz tempo que a sua insanidade invadiu a minha visão, embaçou meu coração.

Não queria que me enxergasse assim, tu não é homem pra ter mulher como eu.
E que tipo de homem eu sou? Homem que deixa a mulher em casa e vem se encontrar com uma "puta"?
Homem quem além de me "usar" quer encontrar com o meu coração.

Você tem razão eu devo ta lendo muito romance de quinta.
Ou andando em esquinas escuras se deparando com putas de quinta.
A musica parou, o sol parece querer nascer, e o uísque esquentou, quanto te devo?

Nada, você não me deve nada Pedro.
Tua voz soa tão leve quando diz meu nome, a proposito é Carlos! Meu nome é Carlos, Luíza.
E a sua voz soa rouca, simples e me seduz de um jeito, e é Lavínia! Meu nome é Lavínia Carlos.

Dois estranhos, uma alma carnal, três gotas de desejos, uma bebida amarga, um amor inexistente,
um minuto para um quarto de hotel barato, trocas de nomes, trocas de almas, trocas de valores.

Uma venda de alma, uma perda de coração.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Laura? Laura? – gritava, o tom de voz era estranho, e o som saia cada vez mais longe. Laura? Não vai por ai!

Da sacada de sua varanda ela via a mundo, ela via as pessoas, via a vida passar. O tempo lá fora fechou por completo, perto do morro lá longe, já posso ver a chuva se formando, o fim do mundo ou do meu mundo. Antes era sol que se via do outro lado da janela, de tanto que se fez presente, e olha, lá vem à chuva derramar sua misericórdia sobre as almas negras que vagam pelo mundo em busca de perdão, ora meu filho tanto fez e agora quer meu perdão? Eu não brilho como o sol, e, no entanto vaga negra como as nuvens carregadas perto do morro. Caio aos teus pés, mas jamais admito minha culpa, saio ilesa levando o perdão dos tolos, ora quem mais seria se não Laura?

- Laura? O que você tanto faz nessa sacada? Dela não vinha nenhuma palavra.
- Laura, porque é que não me responde? Você me assusta com tanto silencio.
O riso interno que tinha era de nervoso, Laura gargalhava, achando graça da menina que ainda teimava em se preocupar com ela. Nada tinha vida ao redor, os vasinhos de flores que antes serviam para enfeitar o lugar, agora servem de cinzeiros, as flores mortas davam um ar decadente, garrafas de bebidas sem rótulos e barata jogadas pelos cantos, o cheiro de lugar abandonado, a imagem de mulher nobre que agora falecida em alma e que ainda se encontra vagando em busca de colo.

- Eu permaneço em vida, quando meu amado foi para longe. Disse, sua voz era tremula, e um tanto chorosa.
- Faz cinco meses Laura, não pode passar a vida nessa sacada, vem, vamos dar um jeito nisso, não pode se matar aos poucos, você ta viva ele é quem... Ela interrompe a menina com um grito.
- NÃO, ele permanece em mim, eu não vou deixar que ele suma a historia não acaba enquanto as nossas promessas não se cumprirem, ele não podia fazer isso, não tinha esse direito!
- Laura a historia acaba no momento em que um parte, eu sei o quanto é difícil, mas você precisa ser forte. Laura gargalhava e o nervoso interno vinha à tona, o choro que agora acido vinha para queimar sua pele fazendo ainda mais doloroso tudo aquilo.
- Laura, não vai por ai! – Você ouve? Perguntou Laura.
- Não escuto nada. Disse à menina que agora se encontra mais assustada que antes.
- Ele ta aqui, ele vive em mim, eu o sinto.
- Você ta enlouquecendo Laura, precisa de ajuda, ele ta morto!
- Ele não pode estar, tínhamos feito uma promessa, eu o amo, nós nos amamos!

Laura ficava surda pro barulho do mundo, e passou a se concentra no que vinha de dentro dela, “eu a amo” ela ouvia sua voz tão viva e clara, que sorria em meio ao choro. O tempo fechou ainda mais, o ar negro que pairava por sua cabeça era de alguma forma a resposta, a chuva que caia limpado a sua vida era ao mesmo tempo a ressurreição de sua alma. Laura não entendia muito bem, nem fazia esforço para isso, o sentir ali já bastava, mas em qual canto estava meu amor?
Caída de joelhos sem pedir perdão, Laura enxergava ao longe o rosto de seu amado, perto daquele morro em qual foram feitas suas promessas, é lá que ele está sabia sem nenhum aviso.
- Laura não vai por ai!
Ela só não sabia o que ele queria dizer com isso, mesmo assim ela foi sem medir gravidade à mulher nobre foi, pulando edifício, atravessando carros, não olhando nos olhos das pessoas a mulher foi. Laura foi pulando corações, atravessando dimensões, enfrentando raios, cortando ordens, Laura foi pros teus braços, entregando o que de mais puro vivia nela, lhe dando asas para voar juntos, durante uma eternidade. Laura voou em vida aterrizando no peito de teu amado, cumprindo uma promessa ingênua de amor! 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"As coisas escorrem por tuas mãos e você só percebe quando olha para baixo e vê a vida lhe dando adeus."

Podia eu fazer tudo diferente?
Só hoje não me tortura, cria o riso, atura minha tristeza não sai do meu lado antes do ponteiro do relógio da catedral marca a chegada de um novo dia.
Depois que acordei, me sentei na cama e tornei a chorar, soluços, gemidos de dor, tomei três comprimidos para dormi e meia garrafa de vodka, a meu ver a única forma de acabar com aquela dor era morrendo, me despi de corpo e alma, era uma tarde de primavera fria, apesar do leve sol que vinha saldar o dia, me deitei no chão gelado da varanda acendi um cigarro que nem cheguei a fumar dei três tragadas e apenas o vi queimar, acabar, o vento frio e o chão gelado ia aos poucos arrepiando minha pele e eu senti os meus olhos pesarem, sussurrei algo como:
- que me leve aos ventos que queime meus rastros que me faça límpida, um ultimo gole de vida, eu vou virar qualquer coisa confusa que vaga sozinha em busca de rumo, eu vou para nunca mais voltar!
Senti meu corpo se esvaindo para qualquer outro plano, uma luz me sufoca e um riso tímido dança no ar, senti alegria, uma alegria ingênua que há tempos não sentia, fechei os olhos, espero que possa sonhar, dormi.

Os anjos vieram me saldar!