sábado, 21 de abril de 2012

Os corredores apagados, luzes queimadas, fumaça ao fundo. Vago. Pago. Não tem teu olhar!
Cento e sei lá quantos, sabe lá quantas garrafas de vodka. E que se foda. E se fode toda!
E fuma, três, cinco. E tudo se atira na merda, na lama, na vaga e pequena cama que antes era de se amar.
Tem chuva na mesa de jantar, tinha teto, tem teto ao chão, tem imensidão, e tem o meu breve chorar.
Palavras pequenas, "tens razão, me desculpa?" Então fode a minha alma, enquanto no sereno te enfia no corpo de uma vadia qualquer. E se mata, e se lambe, cospe teu veneno no seio farto dessa mulher, porque o que eu carrego é pouco pro teu ego.
E se lamenta, e não pede clemencia aos meus beijos, e sai, sai por qualquer canto...
Dessa vez o barco afunda no meio dessa enchente de boeiro, e os amores de merda caem, invadem a minha casa. E você ainda bebe e chora como uma vitima, teu olhar me engana, tua fala mansa me desmancha. Mas a minha arma está armada desde as cinco horas amor. Entra com a sola do sapato suja, esse resto de sexo que isala no teu corpo, as migalhas, o perfume adocicado da mulher de seios fartos.
Sem desculpas, sem gole, sem merda nenhuma na minha cama. Só um singelo adeus!
Adeus! Adeus! Adeus!

quinta-feira, 29 de março de 2012

"Não pense que eu escrevo aqui 
o meu mais intimo segredo,pois há 
segredos que eu não conto nem a mim mesma."

Clarice Lispector.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Breve acaso.

Um gole de cerveja.
Uma caminhada no parque.
Anda. Ana de um lado, Marina de outro.

Vira esquinas, frequenta novos bares.
Se enfia no corpo de outro.
Vira páginas, frequenta o mesmo café de sempre. 
Se enfia nos lençóis na noite que é fria.

Gole de vinho. Gole de amor. 
Um punhado de vida. Um sopro de dor. 

Dobra a rua, pega o ônibus errado.
Falta a missa, atravessa olhando pro alto.
Esbarra. Encara. Encanta. Enfim. Te apaixona. 

Ana de poucos acasos. Marina...

Um gole no bar. Um salto no ar.
Uma noite de aquarela. Uma pitada de sal. 
No quarto doce que é dela.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

205

Se enganou com as horas, ou foi com a beleza do meu olhar?
De três em quatro eu me desfaço, caio no ato em frente as horas.
Tua alma é feita de carne, ou de alguma bebida cara?

Você acha mesmo que essa conversa torta vai nos levar a algum lugar?
Bom, se eu chegar até a sua cama já é o suficiente.
Pretendia conquistar o seu olhar e quem sabe o seu coração.

Se enganou com o meu olhar ou andas lendo romance de quinta?
Ando lendo romance e me deparando com putas de quinta.
O teu silencio nunca me devorou, no entanto sempre que abres a boca me mata.

Queria poder abrir teu coração.
Não acha loucura querer amar uma "puta"?
Acho, mas faz tempo que a sua insanidade invadiu a minha visão, embaçou meu coração.

Não queria que me enxergasse assim, tu não é homem pra ter mulher como eu.
E que tipo de homem eu sou? Homem que deixa a mulher em casa e vem se encontrar com uma "puta"?
Homem quem além de me "usar" quer encontrar com o meu coração.

Você tem razão eu devo ta lendo muito romance de quinta.
Ou andando em esquinas escuras se deparando com putas de quinta.
A musica parou, o sol parece querer nascer, e o uísque esquentou, quanto te devo?

Nada, você não me deve nada Pedro.
Tua voz soa tão leve quando diz meu nome, a proposito é Carlos! Meu nome é Carlos, Luíza.
E a sua voz soa rouca, simples e me seduz de um jeito, e é Lavínia! Meu nome é Lavínia Carlos.

Dois estranhos, uma alma carnal, três gotas de desejos, uma bebida amarga, um amor inexistente,
um minuto para um quarto de hotel barato, trocas de nomes, trocas de almas, trocas de valores.

Uma venda de alma, uma perda de coração.
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo..

E você não lê os meus bilhetes, e ficou parecendo que sai pela porta dos fundo como quem fugia, como quem corria pros braços de outra, como quem queria fuga pra vida lá fora. Mas você nunca leu os meus bilhetes, nunca leu o meu olhar, nunca tentou traduzir minhas canções. Agora quem ta fugindo sou eu, se você ao menos soubesse ler as estrelas, a palma da minha mão, saberia que fugir, nunca foi a minha intenção... 

sábado, 28 de janeiro de 2012


Viver me cansa a alma
Minha fala trava, meu olhar desata
Minha perna bambeia, tropeço na sorte caio a esquerda.
Minha alma anda cansada de viver,
Em um corpo morto, de respirar esse desgosto
Me de um beijo de boa noite vou dormi
E deixar minha alma ir por ai andar em paz. 

Felicidade Clandestina

Três corações inflamados, uma euforia fora de época
Quatro lugares na mesa, de uma mesma desocupada
Cadeiras ecoam o vento e o verbo de uma saudade
Uma cama de casal, um só corpo chora ali, solitário
Na noite mais fria.

Céu chora com vento
Amanha de manha, me trás alegria?

Uma televisão a cores, 
Que reflete uma vida preta e branca
Um feijão temperado com amores
Parece não encher barriga de quem te engana
Um quintal vazio, repleto de esperança
Que um dia já foi ocupado pelo mais lindo riso de criança

Parede construída a mão, com tijolo achado no chão
Hoje segura à rede que balança desilusão
Carnaval fora de época, felicidade atrasada
Canção mal tocada à noite na viola desafinada
Adeus não dito, beijos não dados, sai pela porta, me volta na madrugada

Quatro almas, um lugar cinza
Na parede do quarto tento encantar a vida
Dezoito casas completas um floco de alegria
Quisera eu pudesse salvar vidas fazendo poesia. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Chove lá fora e a bossa 
Inflama meu coração 
De saudades..

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mudar. Remudar. Amadura.
Os livros são feitos de historias reais, na última pagina vem contando a fabula de um sonho desconhecido. Será que alguma coisa nisso tudo faz sentido? A minha historia não é real, nem tampouco falsa, ha de ficar sobre a dúvida do teu olhar, nem perca seu tempo a pensar. Vai lá, da uma checada na ultima pagina. O efeito de realidade é pura ilusão, escrevo sobre o efeito do álcool e se torna tudo contradição. Ou não. Me busca na mesma direção, que a tempos ando na contramão e de pouco em pouco fui me perdendo do teu coração. Que livro é esse que tu andas lendo? Em que banco de praça você anda repousando o nosso amor? Em que esquina deserta eu estacionei a minha vida? O mundo já não gira mais em torno do sol, mas a é essa altura quem é que ainda olha pro sol? A visão se funde com o reflexo do passado, atravessa a rua anda do outro lado. Vem à tarde me dizer aquele bando de clichê, que já não a tempo a perde, o sol ta lá girando fazendo seu trabalho e você aqui parado deixando tudo de lado...

Os livros não vão contar o final da minha historia. A minha historia é hoje, ela é nunca mais. A minha historia aconteceu a pouco, ela acaba para sempre, ela se refaz. A minha historia acontece lá fora, ela voa alto se faz de pássaro vai embora e não volta. A minha historia é arte, é frase boba escrita em papel de pão, é verso é prosa no portão, é musica desafinada no meu velho violão, é sorriso matinal. A minha historia é escrita modificada, é metamorfose é tradução, é melodia pra surdo é poesia que encanta a visão. A minha breve longa linda historia de casos e acasos de tantas outras historias, de tantas datas longas, de tantos medos bobos...

O livro de uma vida sem perdão, que não cabe mais em mim e transborda a cada parágrafo. O sonho de uma vida, o livro de uma escrita o refrão sem canção faz pausa no meu coração. A data marcada pro fim de cada historia, e o meu livro continua a rolar por baixo do meu colchão, tira a poeira, sacode a vida e termina a breve historia que enquanto isso eu pego a viola sento em frente às horas e canto mais uma linda canção... 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Me explicar nunca foi o meu forte, larguei a analise muito antes de começar, porque não aguentava ter que falar a minha vida, a minha confusão, as minhas neuras, para uma estranha, seja ela com diploma na parede ou não. O fato é que guardei tanta dor, medo pra mim mesma, que o peso do meu próprio mundo hoje já ta me levando pro chão. Mas eu não posso continuar assim. Me diz você que tanto escreve sobre o amor, ele é tão simples assim? Na minha cabeça congestionada e no meu coração entupido de fumaça alheia é tudo tão azul que voa leve feito balão de gás que por descuido voou da mão de uma criança no parque, é confuso e ao mesmo tempo sereno, um pouco frio pra no próximo estante se encontrar completamente quente, é ter raiva por vaidade e amor, que é pura raridade. É irritar pra ver braba, e acariciar pra ver sorrir boba e apaixonada, é dividir um banco no ônibus e ficar bem juntinhas, como se não fosse assim que se queria estar, é correr pelo gramando do parque feito duas crianças, é um "eu te amo" no momento menos esperado. Me diz você moça, que a vida transformou em amor, que a escrita multiplicou com sabor, que os ares fez nascer em presente, que a muito só tenta se manter contente. É simples feito bolha de sabão? É bonito feito céu estrelado? É acalmar feito maracujina? É encantado feito a historia do meu último livro? Me diz moça, amor não deveria ser apenas amor, sentir e apenas retribuir, encantar e apenas aceitar, amar e amar como se... Veja bem, entregar meu coração já não seria tamanha loucura, mas creio eu que loucura maior seria renunciar a essa paixão. Então me diz moça, do teu jeito mais simples e belo, me diz que não é loucura amar a quem amo, me diz que loucura seria deixar escapar esse encanto que ela me passa, me diz certo, mesmo que do teu jeito errado. 

domingo, 8 de janeiro de 2012

❝Um coração como poucos. Um coração à moda antiga.




— (Clarice Lispector)